Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, é preso após tentativa de fuga
Condenado pelo STF, o ex-diretor da PRF foi preso em Assunção após fugir do Brasil e tentar embarcar para El Salvador.
Imagem: Agência/Reprodução
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso nesta sexta-feira (26/12) no Aeroporto de Assunção, no Paraguai, depois de deixar o Brasil mesmo estando proibido de viajar. Ele utilizava tornozeleira eletrônica, mas o equipamento foi rompido antes da fuga.
Silvinei foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 16 de dezembro pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Segundo a Corte, ele ordenou operações da PRF que dificultaram o deslocamento de eleitores em regiões com votação majoritariamente favorável ao presidente Lula no segundo turno das eleições de 2022.
Após ser detido em Assunção enquanto tentava embarcar para El Salvador, Silvinei foi entregue pela Polícia Nacional do Paraguai às autoridades brasileiras na fronteira entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu. A prisão ocorreu a cerca de 1.300 quilômetros de São José (SC), onde ele morava.
Plano de fuga
Investigações da Polícia Federal indicam que a fuga foi planejada com o uso de documentos paraguaios, incluindo identidade e passaporte.
Imagens do prédio onde ele residia mostram que ele deixou o endereço na noite de 24 de dezembro, carregando um carro alugado com bolsas e levando um cachorro no banco do passageiro. O trajeto até a fronteira dura, em média, 18 horas.
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Defesa pede custódia em Santa Catarina
Após a prisão, a defesa do ex-diretor solicitou ao ministro Alexandre de Moraes que Silvinei cumpra a custódia em Santa Catarina, alegando vínculos familiares e prerrogativas por ser oficial da reserva.
Em alternativa, os advogados pediram sua transferência para o 19º Batalhão da Polícia Militar, em Brasília, conhecido como “Papudinha”, considerado pelos defensores como local com estrutura adequada para presos de alta exposição.
Silvinei está sendo transferido de Foz do Iguaçu para Brasília neste sábado (27/12), onde deve permanecer à disposição da Justiça.
Outros condenados que fugiram do Brasil
Além de Vasques, outros aliados de Jair Bolsonaro que já foram condenados pela Justiça também deixaram o país para tentar escapar do cumprimento das penas. Entre eles estão:
- Alexandre Ramagem — Condenado pelo STF a mais de 16 anos por participação em tentativa de golpe, deixou o Brasil em setembro por uma rota clandestina até a Guiana e entrou nos EUA com passaporte diplomático. Teve o mandato cassado e está com extradição pedida.
- Carla Zambelli — Condenada a 10 anos por invasão de sistemas e falsificação de documentos do CNJ, viajou para a Itália em junho e acabou presa em Roma. Renunciou ao mandato e aguarda decisão da Justiça italiana sobre extradição.
- Allan dos Santos — Blogueiro investigado por fake news e atos antidemocráticos, deixou o país em 2020 e vive nos EUA. Foi condenado por calúnia e teve prisão preventiva decretada pelo STF, além de multas por desrespeitar ordens judiciais.
Com informações divulgadas pela BBC.
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