Oi (OIBR3) tem Chapter 15 negado e cancela AGE de grupamento

Além disso, a AGE para aprovar o grupamento de ações 25 para 1 foi cancelada devido a decisão judicial que antecipa efeitos de falência.

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Última atualização:  02 de out, 2025 às 17:14
Smartphone com o aplicativo oi na tela, descansando sobre um teclado de computador preto sob uma mesa de madeira clara, ao lado de uma planta. Ideal para quem busca informações sobre planos de celular e internet móvel. Foto: Adobe Stock

A Oi (OIBR3) enfrenta novos desafios em sua recuperação judicial enquanto se aproxima de um possível cenário de falência. O pedido da companhia para encerrar o Chapter 15 nos Estados Unidos foi negado pelo Tribunal de Falências do Southern District de Nova York (SDNY), mantendo o reconhecimento do processo de recuperação brasileiro no exterior. Paralelamente, a empresa cancelou a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que votaria o grupamento de ações na proporção de 25 para 1, decisão que visava elevar o preço da ação acima de R$ 1.

Risco de falência e afastamento da diretoria

O momento da Oi (OIBR3) se mostra crítico, com sinais claros de instabilidade financeira e judicial. A 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro determinou o afastamento da atual diretoria da companhia, pavimentando o caminho para a possível liquidação da empresa. A decisão judicial também suspendeu por 30 dias as obrigações extraconcursais da Oi, que correspondem às dívidas adquiridas após o início da segunda recuperação judicial, em 2023.

A companhia recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro solicitando a suspensão das medidas, mas o pedido foi negado pela Desembargadora Relatora da 1ª Câmara de Direito Privado, mantendo o afastamento da diretoria. Esse cenário reforça a pressão sobre a empresa, que luta para estabilizar suas operações em meio a perdas financeiras recorrentes e desafios legais.

Chapter 15 nos Estados Unidos: proteção de ativos mantida

O Chapter 15 é um mecanismo judicial norte-americano que permite a empresas estrangeiras solicitarem reconhecimento de processos de recuperação ou falência em seus países de origem, garantindo proteção para ativos fora do território nacional. No caso da Oi (OIBR3), o pedido de encerramento do Chapter 15, que englobava também suas subsidiárias Portugal Telecom Finance BV e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A., foi negado pelo SDNY.

Com isso, permanecem válidas todas as proteções concedidas desde março de 2023, quando o tribunal norte-americano reconheceu oficialmente o processo de recuperação judicial brasileiro das empresas do grupo. A Oi protocolou um pedido separado para arquivar o Chapter 15, que ainda está pendente de análise, com audiência marcada para 21 de outubro de 2025.

É importante destacar a diferença entre o Chapter 15 e o Chapter 11: enquanto o primeiro reconhece um processo estrangeiro em curso, o Chapter 11 trata de uma recuperação judicial diretamente nos Estados Unidos. Para a Oi, a manutenção do Chapter 15 é essencial para proteger ativos e manter credores internacionais sob a supervisão do processo brasileiro.

Cancelamento da AGE e grupamento de ações

A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Oi, que estava marcada para deliberar sobre o grupamento de ações 25 para 1, também foi cancelada. A medida tinha como objetivo ajustar a cotação da ação acima de R$ 1, conforme regulamento da B3, além de atrair investidores institucionais e recompor liquidez do papel.

Esse seria o terceiro grupamento de ações em três anos, mostrando os esforços da empresa para equilibrar a negociação de suas ações em bolsa. No entanto, o cancelamento ocorreu em razão da decisão judicial que antecipa efeitos de falência, tornando a AGE inviável até que a situação judicial seja esclarecida.

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