CEO da Petz diz que fusão com a Cobasi reduzirá preços e não ameaça a concorrência

A fusão entre Petz e Cobasi avançou após aprovação do Cade com restrições.

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18 de dez, 2025 às 06:30
Os logotipos das empresas Petz e Cobasi lado a lado, sobre um fundo dividido. Imagem: reprodução LinkedIn Junior Borneli

A fusão Petz Cobasi avançou para uma nova etapa após a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o CEO da Petz (PETZ3), Sergio Zimerman, a combinação dos negócios deve gerar redução de preços ao consumidor, aumento de eficiência e não representa risco concorrencial, mesmo com as restrições impostas pelo órgão antitruste. A operação, anunciada em abril de 2024, ainda depende do cumprimento de condições e tem conclusão prevista para janeiro de 2026.

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O Cade aprovou a fusão Petz Cobasi após mais de um ano de análises técnicas sobre os impactos concorrenciais da operação no mercado pet brasileiro. A decisão incluiu a assinatura de um Acordo em Controle de Concentração (ACC), que prevê como principal medida a venda de 26 lojas localizadas no estado de São Paulo.

De acordo com fato relevante divulgado pela Petz, essas unidades representam cerca de 3,3% do faturamento da companhia combinada nos últimos 12 meses. Apesar de a aprovação não ter ocorrido nos termos inicialmente defendidos pelas empresas, a administração afirmou estar confortável com os chamados “remédios” aplicados.

Críticas da Petlove e negociações finais com o Cade

Durante o processo de análise, a Petlove atuou como terceira parte interessada e se posicionou de forma contrária à fusão Petz Cobasi, levantando preocupações sobre possíveis aumentos de preços e impactos negativos ao mercado.

O CEO da Petz classificou essas alegações como infundadas, mas reconheceu que os argumentos apresentados contribuíram para que alguns conselheiros do Cade demonstrassem cautela na fase final do julgamento.

Venda de lojas e compromissos comportamentais

Além da alienação das 26 lojas, o acordo aprovado pelo Cade inclui um pacote de medidas comportamentais. Embora não tenham sido detalhadas integralmente em comunicado ao mercado, essas obrigações envolvem compromissos para evitar práticas que possam prejudicar a concorrência.

Segundo o CEO, as cláusulas buscam garantir condições justas para os compradores das lojas que serão vendidas e impedir o uso do poder de compra da companhia combinada para restringir o acesso de concorrentes a fornecedores.

Participação de mercado e impacto sobre concorrentes menores

A fusão Petz Cobasi não cria uma empresa dominante no setor. A participação conjunta das companhias gira em torno de 10% do mercado pet, percentual considerado insuficiente para eliminar concorrentes menores.

Haverá maior pressão competitiva, o que faz parte da estratégia de crescimento e ganho de eficiência.

Objetivo da fusão é reduzir custos e ganhar eficiência

O principal racional estratégico da fusão Petz Cobasi é a redução de custos operacionais e o ganho de escala, especialmente em um cenário de aumento da concorrência e maior sensibilidade do consumidor a preços.

A consolidação permitirá que a nova companhia responda de forma mais eficiente à pressão exercida por marketplaces e redes regionais, beneficiando o consumidor final.

Próximos passos e cronograma da operação

A conclusão da operação está prevista para 2 de janeiro de 2026. Com isso, a Petz se tornará uma subsidiária integral da Cobasi, e as bases acionárias das duas empresas serão unificadas.

Após o fechamento, as ações da Petz deixarão de ser negociadas na B3, e os papéis da Cobasi passarão a ser negociados com um novo ticker, que ainda será divulgado ao mercado.

Integração deve se estender até 2027

O primeiro ano após a conclusão da fusão Petz Cobasi será dedicado à integração operacional e cultural das companhias. A expectativa é que o processo completo de alinhamento e captura de sinergias seja concluído apenas em meados de 2027.

Apesar do cenário macroeconômico desafiador, com a Selic em 15% ao ano, Zimerman mantém uma visão positiva para 2026, apoiada na expectativa de estímulos ao consumo e início do ciclo de queda dos juros.

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