CEO da Disney vence batalha com investidor ativista por assentos no conselho
CEO da Disney vence batalha com investidor ativista por assentos no conselho
Os acionistas da Walt Disney (DISB34) deram um forte respaldo ao CEO Bob Iger ao rejeitarem a oferta do investidor ativista Nelson Peltz por um assento no conselho da gigante empresa de entretenimento.
Na reunião anual da empresa realizada nesta quarta-feira (03), os acionistas elegeram todos os candidatos indicados pela Disney para o conselho, negando assim a nomeação de Peltz e de seus aliados. Esse resultado representa uma clara vitória para Iger, de 73 anos, que tem lutado para evitar a entrada de Peltz no conselho desde que reassumiu o cargo de CEO em novembro de 2022.
Nos últimos meses, Iger tem se esforçado para responder às preocupações dos investidores, resolvendo disputas com o estado da Flórida, expandindo o conselho para supervisionar a sucessão e prometendo lucros em breve com o negócio de streaming da empresa.
A Trian Fund Management, de Peltz, que detém uma participação na Disney avaliada em mais de US$3,5 bilhões, tem buscado assentos no conselho para resolver atrasos nos retornos aos acionistas, resultado de uma suposta má governança corporativa.
No entanto, os investidores da Disney não concordaram com a visão de Peltz, dando-lhe apenas 31% dos votos, segundo fontes familiarizadas com o assunto. Peltz também não obteve muito apoio para seu aliado, Jay Rasulo, ex-chefe financeiro da Disney. Iger, por sua vez, foi reeleito com 94% de apoio.
Na reunião, antes do anúncio da votação, Peltz disse que “esta também é a nossa segunda tentativa com a Disney e esperamos que seja a última e que os acionistas não se decepcionem como há um ano”. Ele acrescentou que “independentemente do resultado da votação de hoje, a Trian estará acompanhando o desempenho da empresa.”
Após o resultado, a Trian enviou um comunicado expressando orgulho pelo impacto que teve na reorientação da empresa para a criação de valor e boa governança.
Ações da Disney sofreram queda
Após a votação, as ações da Disney caíram até 2%, para US$120,41, refletindo a incerteza do mercado em relação à influência de Peltz na empresa. Entretanto, no acumulado do ano, as ações subiram impressionantes 36% até o fechamento de terça-feira.
Na preparação para a reunião anual, Iger e o conselho conquistaram apoio de importantes figuras do mercado, incluindo Glass Lewis & Co., CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, e grandes acionistas como George Lucas, Laurene Powell Jobs, além de membros da família Disney.
Por outro lado, Peltz obteve apoio dos consultores Institutional Shareholder Services e Egan-Jones, bem como de atuais e ex-diretores de empresas como Procter & Gamble, Mondelez International e Janus Henderson, onde anteriormente ocupou cargos no conselho.
Ao reassumir a liderança da Disney há mais de um ano para substituir Bob Chapek, Iger enfrentou desafios significativos, incluindo perdas no negócio de streaming e disputas políticas, como a enfrentada com o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, sobre legislação estadual.
Durante seu segundo mandato, Iger implementou medidas para reduzir custos anuais em US$7,5 bilhões, eliminou oito mil empregos e começou a abordar o fraco desempenho do negócio cinematográfico da empresa. Ele também revelou planos para disponibilizar a principal programação esportiva da Disney na ESPN para telespectadores online, e um painel de membros do conselho foi designado para supervisionar a busca de seu sucessor, cujo contrato vai até 2026.
Além disso, a Disney restabeleceu seus dividendos, anunciou planos de investir US$60 bilhões em seus parques e resorts nos próximos 10 anos, e expandiu seu envolvimento no negócio de videogames com um investimento de US$1,5 bilhão na Epic Games, fabricante do Fortnite.
