O que ganha e o que perde espaço no varejo em 2026, segundo a XP
Segundo o relatório, as conclusões refletem conversas com mais de 30 investidores no Rio de Janeiro e em São Paulo nas últimas semanas.
Imagem: Envato Elements
No último relatório Carrinho XP do ano, a equipe de análise da XP Investimentos afirma que o mercado tem adotado uma postura mais cautelosa em relação ao setor de varejo. A avaliação reflete, segundo os analistas, um fim de ano com dinâmica de consumo mais fraca no quarto trimestre e um aumento das incertezas para 2026, especialmente em função do cenário eleitoral.
A percepção predominante é de que o ambiente de consumo perdeu fôlego no fim de 2025, em virtude de conjunturas do próximo ano
“No geral, sentimos que os investidores estão mais cautelosos quanto à dinâmica do consumo, enquanto as incertezas e a volatilidade crescentes, em função do ano eleitoral, reduziram o posicionamento em nomes mais ´beta`.”, apontam os analistas.
Quais são as principais ações do varejo na B3?
O ecossistema do varejo na bolsa brasileira é diverso e exige do investidor uma visão clara sobre os diferentes motores de crescimento.
- Gigantes do Digital: MELI34 e MGLU3.
- Setor de alimentos e atacado: GMAT3 e o ASAI3;
- Bem-estar e serviços: SMFT3 e RADL3;
- Varejo discricionário e de moda: VIVA3, LREN3 e AZZA3.
Saiba mais sobre o setor:
Onde o mercado está pisando no freio?
O relatório da XP aponta ventos contrários para segmentos específicos do varejo. O otimismo deu lugar à cautela devido a fatores macro e climáticos.
O varejo alimentar é considerado um dos pontos mais sensíveis. Segundo a XP, os volumes seguem pressionados e a expectativa é de inflação de alimentos moderada em 2026, o que reduz o potencial de repasse de preços.
Paralelamente, os analistas também observam que o setor de vestuário deve sentir os efeitos de condições climáticas adversas no trimestre, o que pressiona vendas em mesmas lojas.
Ainda assim:
- C&A segue como favorita.
- Renner começa a ganhar mais atenção;
- apoiada por valuation
- e expectativa de geração de caixa em 2026.
Setores e empresas que seguem no radar como oportunidade
De acordo com a equipe de análise da corretora, gestores e investidores continuam priorizando empresas com maior previsibilidade e tendências estruturais favoráveis. Ou seja, algumas posições consideradas estruturais continuam presentes nas carteiras.
Entre as posições mais citadas estão:
| Empresa | Ticker na B3 | Descrição |
|---|---|---|
| Mercado Livre | MELI34 (BDR) | Maior plataforma de comércio eletrônico da América Latina, dona também do Mercado Pago e Mercado Envios. |
| Smart Fit | SMFT3 | Rede líder de academias na América Latina, com modelo de baixo custo e forte expansão internacional. |
| Vivara | VIVA3 | Maior rede de joalherias do Brasil, com atuação em joias, relógios e a marca Life by Vivara. |
| Raia Drogasil | RADL3 | Maior rede de farmácias do Brasil em faturamento, com ampla presença nacional. |
| Pague Menos | PGMN3 | Rede de farmácias com forte presença no Norte e Nordeste, incluindo a marca Extrafarma. |
A XP Investimentos destaca que o avanço dos medicamentos à base de GLP-1 continua sendo um dos principais vetores de crescimento para o varejo farmacêutico. Eles acrescentam que houve também um aumento recente do interesse por Panvel (PNVL), vista como um “peer atrasado” em relação às concorrentes.
Em relatório recente sobre a RD, a XP afirmou que “o GLP-1 deve continuar sustentando um forte momento de resultados” para o setor. Além disso, os analistas projetam que os medicamentos genéricos devem ganhar relevância a partir de 2026, criando uma segunda linha de impulso para as grandes redes de farmácias.
Alpargatas e Natura voltam ao radar
A XP também destaca:
- Alpargatas (ALPA4): mencionada como bom “carry” para 2026, apoiada por melhora operacional.
- Natura (NATU3): com investidores avaliando possível ponto de inflexão, ainda com cautela.
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Indicadores econômicos ajudam a compor o cenário
O relatório também reúne dados macroeconômicos relevantes para o varejo, entre eles:
- Temperaturas acima da média em dezembro, o que impacta padrões de consumo;
- Criação de 85,1 mil vagas formais em outubro, abaixo do observado no ano anterior;
- Índice de Ruptura no menor nível do ano (11%), sinalizando melhor abastecimento do varejo;
- Venda de ações do GPA por membros do conselho, no valor aproximado de R$ 6 milhões.
A XP resume que o sentimento do mercado hoje combina: prudência no curto prazo, monitoramento ativo do setor, preferência por empresas com fundamentos mais resilientes.
⚠️Nota: As informações disponibilizadas nesta página têm caráter informativo e não configuram recomendação, sugestão ou indicação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros.
As análises citadas neste conteúdo têm como fonte o relatório Carrinho XP, elaborado pela equipe de analistas da XP Investimentos: Danniela Eiger, Head de Varejo e Co-Head de Equity Research, além de Pedro Caravina e Laryssa Sumer, ambos analistas de Varejo.