Datafolha aponta PT como partido preferido de 24% dos brasileiros

A pesquisa Datafolha indica que o PT segue como o partido preferido de 24% dos brasileiros, mantendo liderança histórica, enquanto o PL alcança 12% e registra seu maior índice desde 1989.

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Última atualização:  29 de dez, 2025 às 18:24
Fotografia em ângulo baixo de manifestantes em um ato político do Partido dos Trabalhadores (PT). Foto: Anselmo Cunha

A pesquisa Datafolha sobre partido preferido dos brasileiros mostra que o Partido dos Trabalhadores (PT) segue na liderança nacional, citado por 24% dos entrevistados. O levantamento foi realizado no início de dezembro e reforça um padrão observado desde o fim da década de 1990, quando a legenda passou a ocupar de forma recorrente a primeira posição no ranking de preferência partidária no país.

O estudo responde aos principais pontos do lide jornalístico: o quê é a preferência partidária dos brasileiros; o quando se refere aos dias 2 a 4 de dezembro; o onde, em 113 municípios espalhados pelo país; o como, por meio de entrevistas presenciais com 2.002 pessoas; e o porquê, ligado ao contexto político atual, marcado pelo terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela consolidação do Partido Liberal (PL) como principal força de oposição.

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De acordo com o Datafolha, o PT foi citado por quase um quarto do eleitorado como o partido político de sua preferência. O resultado indica estabilidade durante o terceiro governo Lula, com variações que oscilaram entre 23% e 27% nas medições mais recentes do instituto.

Analistas avaliam que a permanência do PT na liderança da preferência partidária está relacionada à forte identificação histórica da legenda com pautas sociais, políticas de renda e presença institucional consolidada em todo o território nacional. Além disso, o partido mantém capilaridade política mesmo em períodos de desgaste, o que ajuda a explicar sua resiliência ao longo dos anos.

PL aparece em segundo lugar e atinge maior patamar histórico

Na segunda colocação da pesquisa Datafolha sobre partido preferido, o Partido Liberal (PL) foi citado por 12% dos entrevistados. Trata-se do maior índice já alcançado pela legenda desde o início da série histórica, em 1989.

O crescimento do PL está diretamente associado à figura do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se filiou ao partido antes das eleições de 2022 e ajudou a ampliar sua visibilidade nacional. Mesmo fora do Planalto, o ex-presidente segue como uma referência central para uma parcela significativa do eleitorado conservador.

Quase metade dos brasileiros não tem partido preferido

Apesar da liderança do PT e do crescimento do PL, o dado mais expressivo da pesquisa é o alto índice de eleitores que afirmam não ter preferência por nenhum partido político. Segundo o Datafolha, 46% dos entrevistados disseram não se identificar com nenhuma legenda.

Esse percentual evidencia um cenário de distanciamento entre a população e o sistema partidário, refletindo descrença, insatisfação ou desinteresse pela política institucional. O fenômeno não é novo, mas segue em patamar elevado, mesmo em um contexto de maior mobilização política nos últimos anos.

Especialistas apontam que fatores como escândalos de corrupção, fragmentação partidária e dificuldades de representação contribuem para esse afastamento do eleitor em relação às siglas.

MDB surge em terceiro, mas com baixa preferência

O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) aparece na terceira posição da pesquisa, com apenas 2% da preferência do eleitorado. Embora seja uma das legendas mais tradicionais do país e tenha forte presença no Congresso Nacional, o partido registra baixo índice de identificação direta junto à população.

Outras siglas ficaram abaixo desse patamar ou não atingiram percentual relevante para destaque no levantamento, reforçando a concentração da preferência partidária em poucas legendas e o alto índice de eleitores sem identificação política.

Metodologia da pesquisa Datafolha

A pesquisa Datafolha sobre partido preferido dos brasileiros ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 2 e 4 de dezembro. As entrevistas foram realizadas em 113 municípios de todas as regiões do país.

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança do levantamento é de 95%. O instituto destaca que os resultados refletem a percepção do eleitorado no momento da coleta e podem variar conforme o cenário político e econômico.

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