Top 13 empresas que mais pagaram dividendos em 2025

Veja o ranking atualizado das empresas que mais distribuíram dividendos em 2025 e entenda por que esses ativos chamam atenção de quem busca renda.

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Última atualização:  19 de dez, 2025 às 11:01
Profissionais analisando gráficos e relatórios financeiros sobre empresas que mais pagaram dividendos em 2025 Imagem: Envato Elements

Se você investe com foco em renda passiva, 2025 já pode ser considerado um ano fora da curva. Mesmo com a Bolsa brasileira acumulando valorização superior a 30%, o que normalmente reduziria o retorno percentual dos dividendos, o movimento foi o oposto: os proventos aceleraram, e muito.

A principal explicação está na corrida das empresas para antecipar dividendos antes da possível tributação dos proventos a partir de 2026.

Segundo estimativas do Itaú BBA, apenas desde outubro foram anunciados R$ 124,1 bilhões em dividendos, sendo R$ 52,9 bilhões pagos ainda em 2025 e outros R$ 57,8 bilhões previstos para 2026.

No Melhor Investimento, você confere agora o ranking atualizado das empresas que mais pagaram dividendos em 2025, combinando valor absoluto distribuído e Dividend Yield, com base em dados da Elos Ayta e levantamento publicado pela Forbes Brasil, com fechamento em 15 de dezembro.

Por que 2025 está sendo um ano tão forte para dividendos?

Antes de mergulhar no ranking, vale entender o pano de fundo que inflou os números deste ano:

  • A antecipação de proventos para escapar da taxação futura elevou os pagamentos extraordinários;
  • Resultados robustos no 1º, 3º e 4º trimestres fortaleceram o caixa das companhias;
  • Setores tradicionais, bancos, commodities, energia e imóveis, lideraram a distribuição;
  • Empresas com pouca necessidade de reinvestimento optaram por devolver capital ao acionista.

Segundo Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, 2025 consolida um padrão recorrente no mercado brasileiro: empresas maduras, com caixa previsível e negócios perenes, dominam os rankings de remuneração ao acionista.

Ranking 2025: empresas que mais pagaram dividendos neste ano

Considerando dividendos e JCP efetivamente pagos até setembro de 2025, estas foram as maiores distribuidoras de recursos aos acionistas na B3:

  1. Petrobras (PETR4) — R$ 37,3 bilhões
  2. Itaú Unibanco (ITUB4) — R$ 28,2 bilhões
  3. Vale (VALE3) — R$ 19,4 bilhões
  4. Ambev (ABEV3) — R$ 10,77 bilhões
  5. Itaúsa (ITSA4) — R$ 10,13 bilhões
  6. Bradesco (BBDC4) — R$ 9,16 bilhões
  7. Banco do Brasil (BBAS3) — R$ 8,67 bilhões
  8. BB Seguridade (BBSE3) — R$ 8,27 bilhões
  9. Axia Energia (AXIA3) — R$ 7,98 bilhões
  10. Santander Brasil (SANB11) — R$ 7,76 bilhões
  11. BTG Pactual (BPAC11) — R$ 4,02 bilhões
  12. Marfrig (MRFG3) — R$ 3,84 bilhões
  13. Weg (WEGE3) — R$ 3,16 bilhões

Esses números reforçam a força das blue chips e de empresas com grande escala operacional, capazes de transformar lucro em pagamentos volumosos.

1. Petrobras (PETR4) — R$ 37,3 bilhões

A Petrobras (PETR4) segue soberana como a maior pagadora de dividendos do Brasil em 2025. A companhia sozinha respondeu por mais de 15% dos proventos distribuídos por toda a B3, um número que impressiona mesmo para os padrões da petroleira.

Os mais de R$ 37 bilhões pagos até setembro refletem um momento de caixa extremamente robusto, impulsionado por preços internacionais favoráveis, forte disciplina de custos e geração de receita consistente nas operações de exploração, refino e distribuição.

Outro ponto importante é a política de dividendos da empresa, frequentemente revisada, mas ainda bastante favorável aos acionistas. Isso tem mantido a Petrobras como protagonista entre investidores focados em renda passiva.

Mesmo em um cenário de volatilidade política, a companhia conseguiu equilibrar investimentos estratégicos e retorno ao acionista, mostrando maturidade operacional e força no setor de commodities.

2. Itaú Unibanco (ITUB4) — R$ 28,2 bilhões

O Itaú reforçou em 2025 sua posição como o banco mais lucrativo do país e, não por acaso, um dos mais generosos pagadores de dividendos.

Os mais de R$ 28 bilhões distribuídos até setembro refletem não apenas o lucro sólido da instituição, mas também seu histórico de consistência na remuneração aos acionistas.

Para o investidor de longo prazo, o Itaú costuma combinar estabilidade, previsibilidade operacional e uma estratégia clara de entrega de valor por meio de dividendos e JCP.

A eficiência do banco continua sendo um dos maiores diferenciais. Com um ROE (Retorno sobre Patrimônio) sempre acima da média do setor e uma carteira diversificada, o Itaú tem mantido resiliência mesmo diante de ciclos de crédito desafiadores. Isso reforça seu papel como uma ação essencial em carteiras de dividendos.

3. Vale (VALE3) — R$ 19,4 bilhões

A Vale permanece entre as top pagadoras de dividendos graças ao seu modelo de negócios altamente gerador de caixa.

Embora o preço do minério de ferro tenha oscilado ao longo do ano, a empresa mostrou capacidade de se adaptar às variações do mercado global de commodities, entregando margens robustas e mantendo seu compromisso com a remuneração ao acionista.

Os dividendos distribuídos refletem não apenas o desempenho operacional, mas também a estratégia de desalavancagem da última década, que tornou a Vale uma companhia mais previsível e preparada para enfrentar ciclos de baixa.

Em 2025, o destaque fica para o equilíbrio entre investimentos em segurança, sustentabilidade e retorno ao investidor.

4. Ambev (ABEV3) — R$ 10,77 bilhões

A Ambev costuma ser lembrada como uma pagadora recorrente, mas em 2025 ela subiu ainda mais de nível.

A empresa foi uma das poucas que conseguiu distribuir mais de R$ 1 bilhão por trimestre, um feito que demonstra não apenas força de caixa, mas também estabilidade em um setor tradicional e perene como o de bebidas.

Mesmo enfrentando desafios competitivos e variações no custo de insumos, a empresa manteve margens saudáveis e reforçou seu compromisso com a entrega de proventos.

Para investidores que buscam constância e previsibilidade na renda passiva, a Ambev se destaca como uma ação defensiva e resiliente.

5. Itaúsa (ITSA4) — R$ 10,13 bilhões

A Itaúsa se beneficiou diretamente do excelente desempenho do Itaú, seu principal ativo. A holding sempre foi conhecida pela política de dividendos generosa, e 2025 reforçou o motivo de ela ser uma das favoritas do investidor de longo prazo.

Mais diversificada do que no passado, a Itaúsa também tem ampliado sua atuação em setores industriais e de energia, o que contribui para estabilizar fluxos de caixa.

O ano mostrou uma Itaúsa mais dinâmica na alocação de capital e fortalecida na gestão de portfólio, o que a mantém como uma das ações mais buscadas em carteiras de dividendos.

6. Bradesco (BBDC4) — R$ 9,16 bilhões

O Bradesco atravessou anos mais desafiadores, mas 2025 marca uma recuperação importante. Os mais de R$ 9 bilhões pagos até setembro mostram que o banco voltou a gerar caixa com mais eficiência, especialmente após ajustes internos, reorganização da carteira de crédito e foco na qualidade dos ativos.

Como um dos principais bancos do país, o Bradesco continua sendo um protagonista do setor financeiro e uma das empresas mais regulares na distribuição de dividendos e JCP.

Para investidores que buscam ações defensivas, os bancos costumam oferecer estabilidade em cenários de juros elevados, e o Bradesco reforçou essa tradição em 2025.

7. Banco do Brasil (BBAS3) — R$ 8,67 bilhões

O Banco do Brasil teve um dos desempenhos mais sólidos entre os bancos em 2025, consolidando-se como uma máquina de geração de lucros.

A melhora na gestão, os resultados consistentes e a forte atuação em crédito agrícola, consignado e varejo contribuíram para fortalecer o fluxo de caixa.

O BB tem entregado dividendos crescentes ao longo de vários anos, e em 2025 não foi diferente. A comunicação transparente e o foco em governança reforçaram a percepção de que o Banco do Brasil se tornou uma das ações mais atrativas para investidores que buscam rentabilidade com proventos.

8. BB Seguridade (BBSE3) — R$ 8,27 bilhões

A BB Seguridade é, historicamente, uma líder em Dividend Yield, e em 2025 isso se manteve. O modelo de negócios altamente rentável, a baixa necessidade de reinvestimento e a previsibilidade das receitas permitiram à empresa distribuir mais de R$ 8 bilhões em dividendos no ano.

Com margens elevadas e uma operação que cresce de forma consistente, a companhia se consolida como uma das melhores pagadoras regulares de proventos da B3. Para quem busca renda passiva estável, BBSE3 é uma escolha clássica.

9. Axia Energia (AXIA3) — R$ 7,98 bilhões

Um dos fenômenos de 2025, a Axia Energia surpreendeu o mercado com uma escalada significativa na distribuição de proventos.

O setor elétrico já é conhecido por pagar bons dividendos, mas a Axia se destacou particularmente por combinar expansão com forte geração de caixa.

O terceiro trimestre foi especialmente expressivo, com mais de R$ 3 bilhões pagos. Esse desempenho reforça o papel das empresas de energia como pilares de estabilidade para quem investe em renda passiva.

10. Santander Brasil (SANB11) — R$ 7,76 bilhões

O Santander Brasil manteve sua tradição de pagar bons dividendos e reforçou sua posição como uma das instituições financeiras mais consistentes da B3.

Apesar de não ter o mesmo volume de lucro dos gigantes Itaú e Bradesco, o banco espanhol tem uma política estável de distribuição e continua mostrando boa eficiência operacional.

Em 2025, o banco foi uma das seis empresas que pagaram mais de R$ 1 bilhão em todos os trimestres, um indicativo claro de robustez financeira.

11. BTG Pactual (BPAC11) — R$ 4,02 bilhões

O BTG reforçou em 2025 seu papel como um dos bancos de investimento mais rentáveis do país. A empresa continuou expandindo suas áreas de atuação, aumentando receitas e consolidando-se como uma referência no mercado financeiro.

Os mais de R$ 4 bilhões distribuídos mostram que o banco segue entregando não apenas crescimento, mas também retorno constante ao acionista.

Para investidores que buscam diversificação dentro do setor financeiro, o BTG se destaca por ser uma alternativa mais voltada para mercados de capitais e gestão de ativos.

12. Marfrig (MRFG3) — R$ 3,84 bilhões

A Marfrig foi uma das surpresas do ranking de 2025. Após um período com distribuição reduzida, a empresa retornou com força ao pagamento de proventos, especialmente impulsionada pela melhora nos resultados operacionais e pela eficiência na gestão de custos.

Ainda que o setor de proteínas seja cíclico, 2025 marcou um momento positivo para a companhia, que conseguiu transformar lucro em robustos dividendos aos acionistas.

13. Weg (WEGE3) — R$ 3,16 bilhões

A Weg é uma das empresas mais admiradas da bolsa e, em 2025, voltou a demonstrar consistência na entrega de dividendos.

O pagamento de mais de R$ 3 bilhões reflete um crescimento contínuo, ampliação do portfólio global e eficiência operacional reconhecida internacionalmente.

Embora não seja uma blue chip tradicionalmente associada a altos Dividend Yields, a Weg se destaca pela regularidade, disciplina e histórico impecável de geração de valor ao acionista.

Dividend Yield em destaque: small caps dominaram o topo em 2025

Quando o critério deixa de ser o valor total pago e passa a ser Dividend Yield (DY), o ranking muda completamente, e quem assume o protagonismo são as small caps.

De acordo com levantamento da Elos Ayta, publicado pela Forbes Brasil, o maior dividend yield de 2025 chegou a 54,87%, um patamar raríssimo na Bolsa.

As ações com maior Dividend Yield em 2025 (até 15/12):

  • Syn Prop Tech (SYNE3) — 54,87%
  • Vulcabras (VULC3) — 30,94%
  • Lavvi (LAVV3) — 27,57%
  • Unipar (UNIP6) — 26,11%
  • Cyrela Realty (CYRE3) — 22,41%
  • Alpargatas (ALPA4) — 21,39%
  • Itaúsa (ITSA4) — 19,91%
  • Bemobi Tech (BMOB3) — 19,45%
  • Itaú Unibanco (ITUB3) — 18,69%
  • Marcopolo (POMO4) — 17,07%

O pódio, Syn, Vulcabras e Lavvi, é formado exclusivamente por small caps, empresas com menor valor de mercado, mas que, em 2025, entregaram retornos percentuais extremamente elevados.

O caso Syn (SYNE3): dividendos extraordinários, não recorrentes

Pelo segundo ano consecutivo, a Syn Prop Tech lidera o ranking de dividend yield. No entanto, analistas alertam que esse desempenho tem caráter pontual.

Segundo Victor Bueno, sócio e analista da Nord Research, o alto DY da empresa está ligado à venda de participações em ativos imobiliários, como shoppings, o que inflou o caixa e levou à distribuição extraordinária de recursos.

Historicamente, o dividend yield da Syn já foi bem mais baixo. Em alguns anos ficou entre 3% e 5%, e houve períodos sem pagamento algum. A expectativa é de normaalização em 2026, já que o portfólio da empresa é limitado para novas vendas relevantes.

O que esperar do restante de 2025?

Com a tributação de dividendos no radar, o último trimestre de 2025 ainda pode trazer novos anúncios relevantes, especialmente de empresas com caixa robusto.

Por outro lado, 2026 tende a ser um ano de ajustes, com dividend yields mais moderados, especialmente entre companhias que anteciparam pagamentos neste ciclo.

O grande aprendizado de 2025 é claro:

  • Blue chips dominam em valor absoluto;
  • Small caps podem surpreender no retorno percentual;
  • Dividendos elevados exigem análise de recorrência, não apenas do número final.

Para quem busca montar ou ajustar uma carteira de renda passiva, o ano deixa lições valiosas, e ótimas referências.

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As informações apresentadas neste conteúdo têm caráter informativo e educacional. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. Antes de investir, avalie seu perfil de investidor e considere consultar um profissional especializado.

Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.